Em biografia, Britney Spears está mais forte do que nunca

Em biografia, Britney Spears está mais forte do que nunca

Para os amantes do zodíaco, a temporada de Sagitário já está aqui! Conhecidos por seu otimismo contagiante, os sagitarianos carregam uma energia inata que permeia seu modo de encarar a vida. A liberdade, a busca por aventuras e a crença no potencial humano são características marcantes desse signo. Essa disposição esperançosa também encontra um paralelo na trajetória da cantora Britney Spears. Ao longo de sua história, Britney demonstrou uma resiliência inabalável, enfrentando desafios pessoais e profissionais com bastante determinação.

Durante a sua carreira, Britney foi repetidamente alvo de narrativas construídas para rebaixá-la, como conta em sua biografia Britney Spears: A Mulher em Mim, da Buzz Editora. Ela era uma estrela pop adolescente apresentada como virgem e depois repreendida por uma imagem sexualizada vendida pelas mesmas forças. Após sua separação de Justin Timberlake, Spears foi humilhada e forçada a passar por um interrogatório de Diane Sawyer tão severo que, quem assiste sem saber do contexto, pode jurar que ela era uma criminosa de guerra e não uma cantora vestida com um conjunto de jeans.

Isso a fez desconfiar do duplo padrão de gênero no entretenimento, como ela mesma escreve em suas memórias antecipadas, embora isso não se compare ao tsunami judicial que ela experimentou anos depois. Britney foi aconselhada por sua equipe a se divorciar do marido Kevin Federline para evitar a humilhação caso ele tomasse essa decisão antes dela, para logo depois receber a culpa por acabar com sua jovem família. Seu colapso em 2008 foi convenientemente enquadrado como um sinal de loucura, e não como uma resposta proporcional à exploração e à perda da custódia de seus filhos. Uma vez que ela foi colocada sob a tutela que governaria sua vida por longos 13 anos, ela ficou ainda mais presa: “Se eu ficasse confusa, isso seria interpretado como evidência de que eu não estava melhorando“, escreve ela. “Se eu ficasse chateada e me impusesse, eu estava fora de controle e louca“.

A contradição lembra Spears dos julgamentos de bruxas medievais, como relata no livro. Sendo a mulher jovem mais famosa do mundo, ela admite que “nunca soube como jogar o jogo“. Mas, aos 41 anos, seu entendimento desses arquétipos e sua conexão com sistemas mais amplos de poder estão mais ligeiros do que qualquer um dos episódios sórdidos que a prejudicaram.

Trauma herdado e a liberdade roubada

Quanto ao espectro da mulher louca, Spears leva o leitor ao passado, até seu avô paterno, que acabou condenando duas de suas esposas a um manicômio. A primeira estava tomada pela dor da perda de um bebê. Ela foi colocada sob o efeito de lítio e mais tarde se matou. O pai de Britney tinha 13 anos quando sua mãe morreu, e ela escreve com empatia sobre a dor que mais tarde o levou ao alcoolismo que atormentou a família. O trauma intergeracional adiciona um elemento melancólico sulista à história da estrela do interior da Louisiana – informação fácil de esquecer, considerando que ela tinha 16 anos quando estourou e que foi apresentada como uma tela em branco para a audiência. Spears remonta essa história com alguns detalhes encantadores: mães vestindo seus filhos com cores combinando para a igreja e o refúgio que a floresta oferecia diante de sua vida infernal dentro de casa.

A performance é sua melhor ferramenta de comunicação com o mundo e ela traça uma jornada rápida da Broadway para a Disney, até a super estrela pop da noite para o dia. No entanto, uma vez que o trem do sucesso começa a andar, nem sua gravadora, nem sua família a deixaram sair, mesmo quando a angústia de Spears atinge o auge. Ao engravidar de Timberlake, ela escreve que ele a persuadiu a fazer um aborto. Enquanto ela se contorce de dor, “ele achou que talvez a música ajudasse, então pegou sua guitarra e ficou lá comigo, dedilhando“. Para o leitor, a visualização da cena é parecida a um filme de terror.

Levada ao limite, a cantora raspa a cabeça em público em 2007: um “vai para o inferno” para um mundo que queria que ela fosse bonita, boa, uma fantasia, um objeto sexual e um modelo a seguir. Um produto passivo. Seu relato deste estado é emocionante: “Foi quase religioso. Eu estava vivendo em um nível de pura existência“. Porém, isso não dura e sua família a prende em uma tutela. A indignação dolorida de Spears sobre eles restringirem sua liberdade enquanto exploram seu potencial de ganho queima a página.

O resgate da autonomia

Ela suporta tudo isso, porque garante seu contato com os filhos, ela escreve, mesmo passando por períodos aparentemente arbitrários na reabilitação. O segundo e talvez maior abalo vem em 2019, depois que Spears faz uma objeção durante um ensaio e é isolada, vigiada e colocada sob o efeito lítio – assim como sua avó, ela observa. Seu relato deste período de dois meses é horrível: é o ponto em que a garota se torna uma verdadeira história de terror norte-americana forjada por seu pai e, como ela aponta repetidamente, pelo estado da Califórnia. Uma enfermeira lhe conta sobre o movimento #FreeBritney tentando conscientizar sobre sua situação e isso é suficiente para reacender a faísca de Spears. Dois anos depois ela liga para o 911 e em novembro de 2021, ela é libertada da tutela. Jamie Spears não comentou sobre o livro, mas anteriormente defendeu o arranjo como uma ferramenta necessária para protegê-la.

Quem procura por humor estelar ou momentos de estúdio não os encontrará aqui. Em vez disso, “A Mulher em Mim” conta uma história focada que torna incontestável os laços entre patriarcado e exploração e merece ser lido como um conto de advertência e um julgamento, não como uma pasta de revelações de tabloides. Depois de tudo o que Britney perdeu, a inteligência de sua perspectiva é um milagre digno de admiração. Ela questiona repetidamente porque – seja como uma adolescente em uma blusa curta “corrompendo” os jovens, ou uma mulher de 25 anos ficando bêbada no clube – ela era vista como “perigosa”. 

Hoje, próxima de seu aniversário de 42 anos, o maior desejo que os leitores de sua biografia possuem é que a sua verdade represente uma ameaça legítima ao sistema que a explorou e que a cantora e mulher seja verdadeiramente livre.

Ficha Técnica

Título: The Woman in Me, A Mulher em mim
Autora: Britney Spears
Formato: 16 x 23 cm
Páginas: 280
Tiragem: 100 mil
Lançamento: 24 de outubro 2023
Gênero: autobiografia
Classificação: 16+

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