Um dos filmes mais aguardados do ano, F1: O Filme chega aos cinemas hoje (26), prometendo agradar a todos os fãs do esporte. Dirigido por Joseph Kosinski (Top Gun: Maverick), o longa traz a essência da Fórmula 1 externalizada nas telas, com um nível técnico de produção altíssimo, trilha sonora espetacular de Hans Zimmer (Interestelar) e um elenco de peso, que inclui Brad Pitt e Javier Bardem.
Sobre F1
A obra gira especialmente em torno do piloto Sonny Hayes (Pitt), que após se aventurar em diversas categorias, se depara novamente com aquela que o obrigou a encerrar sua carreira. Trinta anos depois de um acidente que quase tirou sua vida, ele é convencido a reforçar a pior escuderia da temporada, a Apex, liderada por seu ex-colega de pistas, Ruben Cervantes (Bardem).
Ele chega à equipe disposto a superar seus medos e se tornar o melhor do mundo. No entanto, acaba lidando com a soberba e a sede por vitória de seu atual parceiro de corrida: Joshua Pearce (Damson Idris). Em meio a suas incontáveis falcatruas nas pistas – o que seria impensável em uma disputa de Fórmula 1 –, Sonny ainda vive um romance clichê que funciona, mas que pouco importa para a trama principal.
Excelência técnica
F1 entrega o que um fã do esporte quer ver: reviravoltas em cada corrida, estratégias que podem mudar o rumo de cada piloto, tensões entre os corredores e dentro da própria escuderia. Lewis Hamilton, sete vezes campeão mundial de Fórmula 1, e Toto Wolff, diretor executivo da equipe Mercedes, são os produtores do longa. Juntos, eles souberam como aproveitar de momentos do esporte para contar uma história.
Por mais que pilotos reais apareçam em algumas cenas, nenhuma história é aprofundada, muito menos de outros personagens. Kerry Condon, Callie Cooke e Tobias Menzies, por exemplo. Há um deleite de cenas em cockpit, uma atmosfera realística do que acontece nas pistas, bem como uma técnica sonora que te faz sentir a adrenalina da Fórmula 1.
Essa parte do filme, entretanto, não é acompanhada pelos diálogos, muitas vezes rasos ou específicos demais. A ponto de deixar qualquer um que não acompanha o esporte perdido. Embora acabe sem surpresas, com um final previsível, o longa prova que a experiência é o espetáculo principal.
Ayrton x Brad
Diante de uma produção de Hamilton, fã assumido de Ayrton Senna, não há de se surpreender com as várias referências ao ídolo brasileiro. Sonny, aliás, é retratado com um dos adversários de Senna, Alain Prost e Michael Schumacher. Ademais, existe uma enorme reverencia ao excelentíssimo saudoso piloto, mesmo sem ser interpretado no filme.
O mesmo não pode ser dito de Pitt, que parece dar vida ao mesmo personagem há anos. Sem expressão, sem carisma, sem Oscar de Melhor Ator – Coadjuvante vale? –. Em síntese, apenas um corpo a mais em Hollywood e um rosto bonito para aumentar as bilheterias.
