Jurassic World: Domínio (2022) deixou uma impressão e tanto, com o gancho dos dinossauros soltos pelo planeta. Para quem esperava por uma sequência imediata, Jurassic World: Recomeço vem passando por cima de tudo como um T-Rex, inclusive, das expectativas. Na prática, isso significa que o filme de Gareth Edwards navega por águas imprevisíveis sem perder de vista a essência da história que está contando – equilíbrio pelo qual o diretor ficou conhecido de outros trabalhos.
Estreando nesta quinta-feira (3) nos cinemas, a produção tem sua narrativa situada 5 anos após os eventos da trilogia anterior. Deste modo, o público irá se deparar com um mundo menos caótico, uma vez que doenças e mudanças climáticas eliminaram a maioria dos dinossauros que se aventuraram pelas grandes cidades. A passagem de tempo também fez com que o interesse público pelas criaturas pré-históricas diminuísse. Os sobreviventes se concentraram numa ilha perto da linha do Equador.
Ganância por todos os lados
Neste novo cenário, o ciclo da InGen, que explorava o parque temático como centro de pesquisas, sai um pouco de cena. Porém, outra megacorporação surge: isto é, a ParkerGenix. Assim, temos a figura de seu CEO, Martin Krebs (Rupert Friend), recrutando aventureiros para seguir com seu plano de conseguir amostras do DNA de três dos maiores dinossauros da terra, água e dos céus e concluir as pesquisas por um medicamento capaz de arrecadar trilhões de dólares.

No entanto, o desejo de faturar com a expedição vai além do empresário. Especialista em segurança privada, Zora Bennett (Scarlett Johansson) é convencida a arriscar seu pescoço por um pagamento de vários dígitos, bem como o capitão Duncan Kincaid (Mahershala Ali). Embora cada personagem tenha motivações além das finanças, cabe ao paleontólogo Dr. Henry Loomis (Jonathan Bailey) a função de bússola moral da equipe.
Vidas em jogo
A situação se torna ainda mais complicada com o envolvimento da família de Reuben Delgado (Manuel Garcia-Rulfo), atacada por uma fera marinha e resgatada pelo comboio de Krebs. Afinal, o grupo formado por Reuben e suas filhas, Isabella (Audrina Miranda) e Teresa (Luna Blaise), fica à mercê das decisões e interesses do time reunido pelo vilão. Com a inclusão da família, a trama ganha carga dramática, uma vez que é impossível para que todos saiam sãos e salvos.
Nesse núcleo, ainda há conflitos geracionais, colocados em perspectiva diante dos perigos de uma ilha cheia de dinossauros.
Familiar, mas diferente
Depois de entregar discussões sobre a cobiça sem limites do setor empresarial e a comoção de um pai tentando salvar suas filhas, Jurassic World: Recomeço vai ao que mais interessa aos fãs: dinossauros gigantes e famintos. Além dos titãs, que entregam momentos de tensão proporcional, o longa nos presenteia com um Tiranossauro Rex numa de suas cenas mais assustadoras – como dizem, clássicos nunca saem de moda. Por fim, a produção flerta com o terror ao apresentar um novo tipo de monstro, inovando por sua aparência horripilante, mas ainda assim retomando o medo imposto pela trilogia original.
Ou seja, é um filme que propõe discussões, como fizeram os livros que deram origem à franquia, mas que também entrega uma experiência totalmente selvagem.