Hideo Kojima, criador da série Metal Gear, visitou o Brasil para a BGS 2025. Em sua coletiva de divulgação do seu novo game, Death Stranding 2: On The Beach, sequência do jogo lançado em 2019, Kojima falou um pouco sobre suas inspirações para a próxima aventura de Sam, pandemia e conectividade com o próximo.
Inspiração pandêmica
Ambientado em uma versão pós apocalíptica dos Estados Unidos, Death Stranding traz o protagonista Sam Porter Bridges vagando por cenários desolados e abandonados. Por ironia do destino, poucos meses após o lançamento do game que marcou o começo da carreira solo de Kojima após sua saída da Konami, o mundo enfrentaria uma pandemia que isolou a humanidade por pouco mais de dois anos.
Ao ser questionado sobre a semelhança entre o momento que os personagens de Death Stranding estavam passando e sua semelhança com o contexto do mundo naquela época. Segundo o próprio Kojima “se tivesse escrito Death Stranding após a pandemia, a história não seria a mesma”.
Contudo, a maior parte da produção de Death Stranding 2: On the Beach, foi feita durante a pandemia, algo que permitiu que Hideo Kojima colocasse mais de sua própria situação ao escrever a próxima aventura de Sam Bridges. O autor revelou que foi um dos afetados pelo coronavírus e que, durante seu período de isolamento, ficou muito doente e mesmo assim precisou continuar trabalhando: “Eu fiquei doente na solidão. É um pacote muito pesado”.
Apesar disso, Kojima usou seu drama pessoal como força motriz para escrever a história de Sam no segundo game da franquia, onde o personagem se encontra isolado.
Conectividade demais é bom ou ruim?
Outra reflexão de Kojima é sobre a conectividade e a hiperexposição que a humanidade vem sofrendo com as redes sociais, onde a maior parte das interações humanas vêm acontecendo de forma online, perdendo-se o contato presencial. Ao ser questionado sobre isso, Kojima pontuou que “conexão demais não é nada bom”. “Isso é minha mensagem no final.”
Para enfatizar isso, Kojima deu até mesmo o exemplo de sua presença na BGS 2025, onde pôde, após muito tempo, se encontrar com seus fãs e ter o contato humano, o que apenas um evento assim poderia entregar, e que, por mais que as redes sociais sirvam para nos aproximar, ela não pode substituir isso.

