A partir quinta-feira (13), o público será transportado para as décadas de 1970 e 1980 com a estreia de O Jogo que Mudou a História, série original Globoplay que promete uma imersão profunda na realidade das favelas brasileiras. Inspirada em facções reais, a trama se desenvolve em três favelas fictícias: Padre Nosso, Parada Geral e Morro da Promessa, e acompanha a guerra que se estende desde o presídio de Ilha Grande até os campos de futebol, resultando em um confronto fatídico e trágico.
Derrubando preconceitos
Durante coletiva de imprensa, o criador e produtor José Junior destacou a importância da série para a sociedade brasileira. “A gente gravou em áreas tidas como perigosas, mas recebemos muito carinho. Estivemos em presídios, áreas conflagradas. Mas hoje em dia, se você pegar, Copacabana tem mais violência que as comunidades”, afirmou. Segundo ele, a série não fica na superfície e não retrata apenas “os caras malvados”, mas traz um olhar de dentro das comunidades.
Bukassa Kabengele, que vive o Mestre, um dos líderes da facção, elogiou a capacidade de José Junior em abordar temas necessários. “José Júnior tem uma antena pra contar aquilo que é necessário. É a oportunidade pra um país que precisa ser visto”, afirmou.
Vista de dentro
Para Fabrício Assis, que interpreta Renatinho, a série oferece uma perspectiva abrangente. “Sou apaixonado pelo meu personagem, o Renatinho. A série traz a perspectiva de todo mundo, e o Renatinho é morador. Ele se vê refém de uma guerra que dura anos”, disse. Ele também destacou que a produção “mostra de uma forma muito perfeita a realidade não só do favelado, mas como do brasileiro em geral”.
Babu Santana, que encarna Hoffman, um dos chefões da facção, destacou a complexidade de seu papel. “É um personagem muito complexo, um cara duro e carismático”, disse. Ele ressaltou que a série oferece um olhar autêntico sobre a realidade das favelas. “A gente não quer passar a mão na cabeça de ninguém”, afirmou Babu, destacando que a trama não simplifica os personagens como vilões.
Jaílson Silva, no papel de Belmiro, um ex-policial que luta para se reerguer após sair da prisão, trouxe uma perspectiva pessoal ao seu papel. Jonathan Azevedo, que dá vida a Gilsinho, líder do tráfico no Morro da Promessa, compartilhou a conexão com seu personagem. “O Gilsinho tem muito a ver com meus sonhos, e é complexo por ser um personagem que existiu”, disse.
Espaço para a diferença
João Fernandes, que vive Binho, enfatizou a importância da série em dar voz a personagens frequentemente esquecidos. “Essa história permeia oportunidades. Sinto que essa série é uma ode a um monte de gente sem nome. Gente que estava lá no meio dessa guerra. É a visão de quem está de dentro”, explicou.
Pedro Wagner, no papel de Amarildo, líder comunitário de Padre Nosso, expressou gratidão por seu personagem. “Faço o Amarildo, é um severino, que tenta viver. Como força de trabalho, nós nordestinos somos responsáveis por construir esse país. Nem em mil vidas vou conseguir agradecer ao José Junior por esse meu personagem. Vejo muito meu avô nesse personagem, é muito pessoal”, disse.
Ravel Andrade, que interpreta Egídio, um jovem da classe média que acaba preso após um acidente, destacou a transformação de seu personagem. “Ele atropela a filha de um coronel e acaba nesse presídio de segurança máxima. Ele serve pra mostrar como o sistema carcerário rapidamente te transforma em um criminoso”, explicou.
Com um elenco diversificado e uma produção que não teme explorar a realidade em suas várias facetas, O Jogo que Mudou a História promete ser uma série intensa e reflexiva, que trará à tona histórias pouco conhecidas, mas extremamente relevantes.
