A 22ª edição da Bienal do Livro Rio terminou com recordes de público, vendas e atividades culturais. Realizado entre os dias 12 e 22 de junho no Riocentro, o evento atraiu mais de 740 mil visitantes – um crescimento de 23% em relação à edição anterior, realizada em 2023. Durante os onze dias, foram comercializados aproximadamente 6,8 milhões de livros, confirmando a força do festival no cenário literário nacional.
Parque literário
Pela primeira vez, a Bienal do Livro Rio apresentou o conceito de “Book Park“, transformando os pavilhões do Riocentro em um parque literário com espaços interativos, ativações temáticas e experiências sensoriais voltadas a diferentes faixas etárias. A proposta buscou conectar o público aos livros de maneira mais ampla, incorporando elementos de música, audiovisual, teatro e cultura digital.
De acordo com Tatiana Zaccaro, diretora da GL events Exhibitions, organizadora da Bienal, o impacto do evento ultrapassou as expectativas: “Promovemos um festival que respeita os diferentes modos de se relacionar com a literatura. Foi uma edição que gerou conexões genuínas com autores e histórias, incentivando o hábito da leitura e estimulando novos leitores.”
Incentivo à leitura, aumento nas vendas
A movimentação no setor editorial também refletiu os bons resultados. Editoras como HarperCollins Brasil, Globo Livros, Companhia das Letras, Record, Sextante e Intrínseca registraram crescimento expressivo nas vendas, com algumas duplicando o faturamento em relação à edição anterior.
Presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), Dante Cid destacou o papel do evento como vetor de transformação: “A Bienal reafirma seu protagonismo como instrumento de estímulo à leitura. Essa edição mostrou que é possível aproximar a literatura do público por meio de abordagens inovadoras, o que foi essencial para a conquista do título de Capital Mundial do Livro pela UNESCO.”
Aumento de área e público
Com 130 mil metros quadrados de área – 40 mil a mais que em 2023 –, o evento recebeu 1.850 autores nacionais e internacionais, contou com mais de 1.200 horas de conteúdo e promoveu espaços temáticos como o Café Literário, a Biblioteca Fantástica e o Artists Alley, além da Roda-Gigante “Leitura nas Alturas” e o Labirinto de Histórias.
A participação do público estudantil também foi destaque. Mais de 130 mil estudantes de escolas públicas e privadas participaram da programação por meio de ações educativas e distribuição de vouchers para compra de livros, somando R$ 16 milhões investidos em parceria com secretarias de educação. Os valores variaram de R$ 25 a R$ 1 mil, conforme o perfil do beneficiário.
Diversidade e inclusão
A curadoria da edição valorizou a diversidade de temas e vozes, reunindo autores de diferentes países e trajetórias. Destaques incluem o encontro entre Conceição Evaristo, Teresa Cárdenas e Zukiswa Wanner, além da participação da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, em um bate-papo com a atriz Taís Araújo.
Reconhecida como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do Rio de Janeiro, a Bienal seguirá ativa ao longo do ano com o projeto “Bienal nas Escolas”, levando autores e atividades literárias a unidades da rede pública na Região Metropolitana até dezembro, com apoio da Light.