Ainda Estou Aqui é mais do que uma adaptação cinematográfica. É uma homenagem à resiliência e ao poder transformador de uma mulher comum em meio ao cenário brutal da ditadura militar brasileira. Baseado no livro autobiográfico de Marcelo Rubens Paiva, o filme narra a história de Eunice Paiva, mãe do autor, que viveu a perda do marido de forma abrupta e trágica em um dos momentos mais sombrios da história do Brasil.
A trama se passa em 1970, quando Eunice, vivida brilhantemente por Fernanda Torres e Fernanda Montenegro, vê seu mundo virar de cabeça para baixo com o desaparecimento de Rubens Paiva, interpretado por Selton Mello, um ex-político preso pelo regime. Forçada a abandonar sua rotina, ela se transforma de dona de casa em uma defensora ativa dos direitos humanos, enfrentando as ameaças e os impostos pela repressão.
A obra conduz o espectador pela época e expõe como a ditadura impactou inúmeras famílias. A jornada da protagonista vai além da dor pessoal. A sua busca pela verdade e pela justiça a coloca em posição de risco, mas também de protagonismo. Ainda Estou Aqui destaca a importância das mulheres na luta pelos direitos humanos e oferece um olhar íntimo sobre o preço da coragem em tempos de tirania.
Com uma narrativa que mistura emoção e sensibilidade, o longa revisita a memória da ditadura, lançando luz sobre a força e a determinação de Eunice. Ademais, a sua luta pela verdade e pela dignidade humana é um lembrete poderoso das cicatrizes deixadas por essa época e um tributo àqueles que não desistiram de lutar.

Atuação
A atuação de mãe e filha confere à personagem uma profundidade rara e impactante. Além disso, captura a complexidade de suas emoções do desespero silencioso à força inabalável. Elas retratam com precisão a transformação da protagonista.
As duas trazem benefícios a cada cena, revelando não só o sofrimento e a angústia de uma mulher que perdeu o marido, mas a sua capacidade de resiliência e esperança em meio ao medo. A interpretação é um dos pontos altos, adiciona camadas à narrativa e emociona a cada passo.
Aclamação Internacional
Ainda Estou Aqui tem conquistado a crítica internacional nos festivais de cinema. Acima de tudo, vem sendo aclamado por sua narrativa poderosa e por retratar com sensibilidade um período doloroso da história brasileira. Sobretudo, a performance excepcional de mãe e filha é frequentemente elogiada. Os críticos têm elogiado a forma como ambas capturaram a essência de Eunice, transformando sua história em símbolo universal de resistência.
Em síntese, o filme não apenas emociona plateias de diferentes culturas, mas também provoca uma reflexão profunda sobre as cicatrizes deixadas por regimes autoritários em todo o mundo. Do mesmo modo, consolidando-se como uma das produções mais impactantes e coloca o cinema nacional em evidência no cenário mundial.