Adaptação do livro escrito por Nicholas Searle, A Grande Mentira (The Good Liar, EUA, 2019) estreia nesta quinta-feira (21/12) nos cinemas brasileiros, propondo uma história de suspense sobre os perigos de se conhecer alguém através da internet, embasada por um drama de cunho histórico. Dirigido por Bill Condon (A Bela e a Fera), o filme da Warner Bros. Pictures aposta em muitas reviravoltas e sustenta-se pelo talento de Ian McKellen (O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel) e Helen Mirren (A Rainha) – a experientíssima dupla de protagonistas.
Situada em Londres de 2009, a narrativa apresenta a viúva bem de vida Betty McLeish (Mirren) que, na busca por um novo companheiro online, encontra o charmoso vigarista chamado Roy Courtnay (McKellen), com quem rapidamente engata relacionamento intimo. Entretanto, no roteiro adaptado por Jeffrey Hatcher (Sr. Sherlock Holmes), vemos que Courtnay não é tão inofensivo quanto parece, deixando pistas que chamam a atenção do desconfiado neto de McLeish, o pesquisador Stephen (Russell Tovey, de Freedom Fighters: The Ray).
Com personagens principais na terceira idade, a produção, em 1h49 de duração, levanta algumas questões e reflexões sobre aquela fase avançada da vida, incluindo relacionamentos familiares, bagagem acumulada e os preparativos para cuidar daqueles que ficam. Se o thriller relativamente atual prende a atenção, com uma saga perigosa de encenações e atos falhos, o longa perde seu ritmo e atmosfera tensa ao explicar as motivações de Roy Courtnay e Betty McLeish no período da Segunda Guerra Mundial, o que torna a história menos crível.
De roteiro oscilante, mas surpreendente, A Grande Mentira tem como ponto forte os talentos de Ian McKellen e Helen Mirren que, respectivamente, aos 80 anos e 74 anos, fazem a diferença neste inteligente jogo de esconde-esconde.
