A segunda temporada de Gen V mantém a energia e o tom ácido que consagraram The Boys, mas leva a história para um patamar ainda mais sombrio e político. Ambientada alguns meses após o massacre em Godolkin, a trama mostra um mundo em que Homelander é tratado como salvador nacional, enquanto a Vought consolida o controle sobre os Supes e o governo americano. Nesse cenário, a universidade se torna um microcosmo da radicalização do país – um espaço tomado por ideologias extremas e por uma nova geração de heróis dispostos a tudo por poder.
No centro de tudo está Marie Moreau (Jaz Sinclair), agora vista como uma ameaça pela própria corporação que a criou. Ao lado de Jordan, Emma, Sam e Cate, ela tenta resistir à manipulação do novo reitor, Dean Cipher, cuja figura misteriosa conduz a temporada em clima de constante paranoia. Cipher simboliza o colapso moral e científico da Vought, operando nas sombras com experimentos secretos ligados ao Projeto Odessa e à criação de Supes “aperfeiçoados”.
Entre as participações especiais, Starlight, A-Train, Sister Sage e Stan Edgar reforçam a ponte direta com The Boys, mostrando que o conflito entre humanos e super-heróis ultrapassa os muros de Godolkin. Já Polaridade (Sean Patrick Thomas) ganha maior relevância, sendo um dos poucos adultos que ainda questionam a Vought e o papel ético dos Supes na sociedade.
A temporada também presta uma homenagem comovente ao falecido ator Chance Perdomo, que interpretava Andre. Sua ausência é sentida, e o roteiro reconhece sua importância ao dedicar o primeiro episódio à memória do personagem, integrando a perda à narrativa de maneira orgânica e respeitosa.
Com oito episódios de mais de uma hora, Gen V – 2ª temporada é um retrato brutal de um sistema em ruínas: governos corrompidos, universidades militarizadas e jovens heróis que se tornam armas políticas. O suspense em torno de Cipher, o crescimento de Marie e a escalada de violência que culmina no confronto final consolidam a série como um dos capítulos mais provocativos do universo The Boys.

