Inspirado pela graphic novel de Rick Remender e Greg Tocchini, o filme The Last Days of American Crime foi lançado em 5 de junho pela Netflix, com expectativas de seguir os passos de sucessos dos originais Resgate e Troco em Dobro. Na direção de Olivier Megaton (Colombiana: Em Busca de Vingança), o título imagina um futuro não tão distante, no qual os Estados Unidos desenvolvem uma tecnologia capaz de impedir a ocorrência de crimes.
Em 2h28 de duração, a produção apresenta Graham Bricke (Edgar Ramírez, de Caçadores de Emoção: Além do Limite), um criminoso de longa data que, depois da morte do irmão, Rory, num presídio, decide se vingar do sistema ao realizar o último crime da história norte-americana. Para isso, ele é atraído a trabalhar com a misteriosa hacker Shelby Dupree (Anna Brewster, de Versailles) e seu parceiro, o gângster Kevin Cash (Michael Pitt, de Dawson’s Creek).
Além de um problema de confiança (pelo envolvimento de Bricke e Shelby), o desafio do trio é a tecnologia chamada IPA (Iniciativa Paz Americana), que consiste na transmissão de um sinal, capaz de “bloquear” o cérebro de quem tentar cometer qualquer delito previsto em lei, por todo território estadunidense. Neste cenário, muitos enxergam a novidade como interferência ao livre arbítrio, enquanto outros “aproveitam” o tempo restante para cometer atos violentos.
Para o Bricke, Shelby e Cash, cabe a missão de descobrir como burlar o sistema, à medida que arquitetam um plano para roubar a Casa da Moeda, no intuito de conseguir dinheiro o suficiente para bancar sua aposentaria da marginalidade. A partir daí, a obra passa a percorrer a sujeira compartilhada entre bandidos e policiais (estes recebem ships para ficar imunes à IPA), explorando suas relações com os protagonistas. O destaque aqui é a família criminosa Dumois.
Apesar da premissa interessante entregue pelos quadrinhos da Radical Publishing, o longa, que tem roteiro adaptado por Karl Gajdusek (November Man: Um Espião Nunca Morre), tem evolução demorada – são necessários 40min para os planos de Bricke terem início –, enquanto somos introduzidos a personagens que nem sequer conseguem cativar. Em contrapartida, o título investe em cenas de violência e teor sexual que em pouco agregam à narrativa.
Com quase nada a dizer, The Last Days of American Crime utiliza de muito tempo para uma história que logo se exaure, tornando-se uma experiência cansativa, sangrenta e sem personalidade.