Sessão Retrô: Desventuras em Série (2004)

Inspirado nos livros Mau Começo, A Sala dos Répteis e O Lago das Sanguessugas, o filme sobre Desventuras em Série (“A Series of Unfortunate Events”, título original em inglês) chegou às telonas em 2004, com o comediante Jim Carrey (Debi & Lóide: Dois Idiotas em Apuros) no papel do Conde Olaf. Dirigida por Brad Silberling (Gasparzinho, o Fantasminha Camarada), a primeira adaptação da obra de Lemony Snicket (pseudônimo do autor Daniel Handler) apresentou fidelidade aos títulos literários (tanto quanto possível), experiência visual caprichada e o tradicional humor sombrio encontrado nas páginas de cada volume.

Na trama, após um incêndio misterioso que causou a morte de seus pais, os irmãos Baudelaire, Violet (Emily Browning, de Sucker Punch: Mundo Surreal), Klaus (Liam Aiken, de Estrada Para Perdição) e a pequena Sunny (Shelby Hoffman, de General Hospital), ficam sob a guarda do Conde Olaf, um parente distante que parece mais interessado na fortuna herdada pelos órfãos do que em ajudá-los em um dos momentos mais trágicos de suas vidas. E assim os três embarcam em uma azarada jornada repleta de acontecimentos infelizes, incluindo sanguessugas carnívoras, comida italiana, organizações secretas e muitas outras coisas desagradáveis.

As primeiras impressões muitas vezes são falsas, mas os Baudelaire estavam certos sobre Olaf ser alguém horrível. (Foto: Paramount)
As primeiras impressões muitas vezes são falsas, mas os Baudelaire estavam certos sobre Olaf ser alguém horrível. (Foto: Paramount)

Bastante fiel à obra de Daniel Handler, o longa é preciso ao retratar Violet como uma das maiores inventoras do mundo com 14 anos e Klaus, de 12 anos, como um ávido leitor que utiliza todo seu conhecimento para solucionar os problemas que surgem em sua desafortunada trajetória. Uma atração à parte é a bebê Sunny, capaz de proferir frases inteiras a partir de um urro para se comunicar com os irmãos, além de auxiliá-los a cortar objetos com seus 4 dentes afiadíssimos. Por outro lado, se o casting dos Baudelaire demonstrou-se certeiro, o excesso de “caras e bocas” de Jim Carrey prejudica a caracterização do temível Olaf.

Fora isso, se você leu aos livros de Desventuras em Série, encontrará personagens familiares, como o Senhor Poe (Timothy Spall, o Rabicho, de Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban), o Tio Monty (Billy Connolly, de Valente), proprietário da Sala dos Répteis, e a Tia Josephine (Meryl Streep, de Caminhos da Floresta), do Lago das Sanguessugas. Outras figuras, como “as mulheres com o rosto branco”, “o homem com ganchos em vez das mãos” e a chamada “pessoa que não parecia ser nem homem nem mulher”, aparecem em participações breves e discretas na produção. Alguns diálogos e cenários idênticos aos descritos na saga literária também estão presentes.

Na adaptação de Desventuras em Série para os cinemas, o Conde Olaf aparece em diferentes fantasias para enganar Violet, Klaus e Sunny Baudelaire. (Foto: Paramount)
Na adaptação de Desventuras em Série para os cinemas, o Conde Olaf aparece em diferentes fantasias para enganar Violet, Klaus e Sunny Baudelaire. (Foto: Paramount)

Uma adaptação competente de Desventuras em Série, o filme consegue captar a essência dos livros, mas, no entanto, por contar as histórias dos três primeiros volumes (são treze, no total), falha ao apressar-se para concluir a narrativa em sua curtíssima 1h48 de duração.

Next Post

Boletim Nerd comenta filmes inspirados em games no Diário do Grande ABC

Com o lançamento de Assassin’s Creed na última semana, voltou-se a falar sobre a aparente maldição que paira sobre os filmes inspirados em games, algo que tem feito “vítimas” desde o início dos anos 1990 e continua causando prejuízos a Hollywood até os dias atuais. Em entrevista ao jornal Diário do […]