O Justiceiro: 2ª temporada acerta em tudo, inclusive no coração

Um dos personagens mais complexos dos quadrinhos Marvel, O Justiceiro está de volta para sua segunda temporada no serviço de streaming Netflix ainda mais implacável do que nunca. Com Steve Lightfoot (Hannibal) como showrunner, escritor e produtor executivo, a atração apresenta uma história mais densa e violenta, com ramificações políticas, contada ao longo de eletrizantes 13 episódios. Na terceira aparição do anti-herói, o público pode acompanhar a jornada de Frank Castle (Jon Bernthal, de The Walking Dead) em seu estado mais bruto.

Desta vez, o protagonista segue seu caminho em surdina, com a identidade de Pete Castiglione – conseguida depois das revelações da primeira temporada –, até se deparar com um ataque armado por mafiosos para eliminar a adolescente Amy Bendix (Giorgia Whigham, de Sierra Burgess é uma Loser), que carrega as provas do envolvimento de um senador dos Estados Unidos num escândalo sexual. Sempre disposto a impor sua Justiça, Castle assume a guarda da garota em uma guerra que os persegue de Michigan até Nova York, onde Frank tem assuntos inacabados.

Nesta temporada, vemos como Frank Castle ainda é capaz de se importar com alguém. (Foto: Netflix)

Enquanto isso, Billy Russo (Ben Barnes, de Westworld) demonstra recuperação física, porém, por ter perdido a memória sobre os eventos da season finale anterior, conta com a ajuda da terapeuta Krista Dumont (Floriana Lima, de Supergirl) para superar o trauma de ter sido “desfigurado” pelo vigilante urbano. Quando começa a dar por si, o vilão conhecido como Retalho sai em busca de peças que faltam para entender o que lhe aconteceu, assim como recruta ex-militares instáveis para espalhar uma nova onda de crimes pela cidade.

Diante de duas ameaças, Frank Castle se vê obrigado a trabalhar com a agente Dinah Madani (Amber Rose Revah, de O Filho de Deus), da Segurança Nacional, e seu antigo amigo, o paramédico Curtis Hoyle (Jason R. Moore, de O Aprendiz de Feiticeiro), que tem dificuldades para aceitar os métodos do Justiceiro. Como de costume no universo da Marvel construído há anos na Netflix, participam da trama personagens como a repórter Karen Page (Deborah Ann Woll) e o sargento Brett Mahoney (Royce Johnson), ambos de Demolidor – onde Justiceiro estreou.

A caracterização de Billy Russo como Retalho é suavizada em comparação aos quadrinhos. (Foto: Netflix)

Ao contrário da temporada inicial, a nova remessa de episódios de Marvel – O Justiceiro chega carregada de ação, com variadas manifestações de brutalidade, tiroteios incessantes e perseguições automobilísticas de tirar o fôlego. Porém, a maior novidade da temporada é a evolução do protagonista, que, após perder sua esposa e filhos em uma emboscada, começa a mostrar seu cuidado e preocupação com Amy, em uma relação quase de pai e filha. Com isso, Frank Castle percebe que pode novamente construir algo semelhante a uma família.

Quanto aos seus antagonistas, o seriado recorre a complexas camadas para construir as personalidades e motivações de Retalho e John Pilgrim (Josh Stewart, de The Walking Dead: Webisodes) – um sinistro assassino de aluguel recrutado por líderes religiosos para dar conta de Amy Bendix. À medida que enxergamos Billy Russo com alguém completamente perdido e carente de um tratamento psicológico sadio, Pilgrim definha na tentativa de sobrepor seu fanatismo religioso sobre sua velha tendência a cometer crimes de ódio e o hábito de consumir drogas ilícitas.

John Pilgrim é o implacável assassino profissional na cola de Castle e Amy. (Foto: Netflix)

Acertando em tudo que mira, a 2ª temporada de O Justiceiro oferece adrenalina, emoção e o lembrete de que quanto mais armas em circulação, mais inocentes ficam em perigo.

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