Francesco Guerrini comenta carreira nos quadrinhos Disney

Na última edição do Festival Guia dos Quadrinhos, em São Paulo, a editora Culturama trouxe como convidado especial o italiano Francesco Guerrini, autor e desenhista de quadrinhos Disney, para falar interagir com os fãs no tradicional evento nerd. Antes disso, tivemos a oportunidade de entrevistar o quadrinista. E olha só o que a gente descobriu!

Natural de Bolonha, Francesco Guerrini trabalha com os gibis da Disney há 30 anos. Porém,  anteriormente, atuou como publicitário e sonhava em ser ilustrador de fábulas infantis. Depois de ficar um mês sem trabalho, Guerrini decidiu testar a sua sorte: pegou uma revista do Mickey, procurou pelo número da redação e perguntou se poderia mostrar seus desenhos para alguém da equipe.

A ligação de Guerrini foi transferida diretamente para Giovan Battista Carpi que, na época era chefe de redação da Disney e era considerado um dos maiores quadrinistas da casa. “Não acreditei que estava falando com ele! Tinha ligado apenas para saber se poderia enviar meus desenhos para a redação, mas acabei sendo convidado para mostrar meus trabalhos para o próprio Carpi”.

Francesco Guerrini conta a Daniel Generalli que sonhava em ilustrar fábulas infantis. (Foto: Boletim Nerd)

Como Carpi estava fundando a Scuola Disney, que foi criada para ajudar a desenvolver novos quadrinistas, Guerrini logo foi aceito como aluno. “Ele não era muito de desenhar para ensinar suas técnicas. Preferia dar indicações de autores e histórias para os alunos se inspirarem”, conta Francesco.

Ao longo de sua carreira, o italiano teve contato com muitas histórias e personagens Disney criados aqui no Brasil e se lembra deles com muito carinho. “Não sei dizer o nome de autores porque, até os anos 90, as histórias eram publicadas sem créditos na Itália. Mas sempre gostei muito do Peninha, do Urtigão e da Madame Min”.

Entre as inspirações fora do ambiente Disney, Guerrini cita os trabalhos de Sergio Toppi, Hugo Pratt, Hergé, Moebius, Will Eisner, Alex Raymond e Frank Miller. “Basta abrir qualquer enciclopédia de quadrinhos. Se tem um autor diferente, vale a pena conhecer o trabalho dele”.

Aproveitei a conversa para saber se o mercado na Itália é mais favorável para quem deseja trabalhar com quadrinhos, mas Francesco explicou que isso pode depender de vários fatores. “Você pode ser contratado por uma grande editora e ganhar um bom salário desenhando personagens que já são famosos. Pode ser que você consiga criar um personagem que conquiste o público. Caso contrário, o mais comum é que você tenha que ralar e desenhar muito para pagar contas. Por isso, desenhistas solteiros acabam levando uma certa vantagem, já que possuem mais tempo para produzirem seus trabalhos. Como eu tenho quatro filhos, você pode imaginar que demoro um pouco mais para finalizar meus projetos”.

Para encerrar nosso papo, Francesco Guerrini mandou um recado para os leitores dos quadrinhos Disney que passarão a acompanhar as histórias pelas edições da Culturama: “desejo que os desenhistas possam criar belas narrativas e que os leitores apreciem e gostem dos nossos trabalhos, assim como nós gostávamos quando éramos pequenos”.

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