O que faz de alguém um herói? Possuir poderes? Arqui-inimigos? Ter pessoas amadas ao seu redor? Na 3ª temporada, The Flash apostou em uma história bastante emotiva e inspiradora, em que Barry Allen (Grant Gustin, de Glee) esteve diante de seus maiores medos e desejos. Com a estreia de aliados no Team Flash, nova galeria de vilões e aventuras pelo multiverso e através do tempo, o terceiro ano da série mostrou que o seu pior adversário pode ser você mesmo e que o passado jamais será apagado, mas o futuro pode ser sempre mudado para melhor.
Embora a adaptação do arco de HQs Ponto de Ignição tenha sido curta e pouco fiel aos quadrinhos, seus efeitos perduram pelos 23 episódios da saga, resultando nos principais acontecimentos do programa do Velocista Escarlate. Deste modo, depois de voltar ao passado para evitar que sua mãe fosse assassinada pelo Flash Reverso, Barry passa a viver por 3 meses na linha temporal alternativa Flashpoint, em que seus pais estão vivos, mas com um alto custo… Tendo que desfazer suas ações, Barry encontra o mundo diferente de como havia deixado.
Nesta realidade fragmentada, o irmão de Cisco Ramon (Carlos Valdes, de Arrow) morreu em um acidente, Caitlin Snow (Danielle Panabaker, de Sexta-Feira 13) tornou-se meta-humana, Wally West (Keiynan Lonsdale, de A Série Divergente: Insurgente) ascende como Kid Flash e o departamento de polícia de Central City ganhou um novo perito: Julian Albert (Tom Felton, de “Harry Potter”). Além disso, como o líder de um culto sinistro, surge o misterioso Doutor Alquimia, espalhando o caos pela cidade e prevendo a chegada de Savitar, o Deus da Velocidade.
Enquanto enredo se concentra em especular sobre a identidade de Savitar e em como duelar com a “divindade”, aparecem antagonistas como Magenta, Flash Rival, Shade, Abra Kadabra, Mestre dos Espelhos e Pião (versão feminina), que pouco acrescentam ao quadro geral e deixam a primeira parte da temporada mais lenta do que o esperado. Contudo, a partir do capítulo 9 (“The Present”), quando a morte de Iris West (Candice Patton, de The Game) é vislumbrada no futuro, a história engrena e acelera rumo aos grandes acertos.
Logo em Borrowing Problems from the Future, The Flash encontra o tom para o ano 3 e discute conceitos como destino, com o grupo trabalhando dia após dia para impedir a tragédia anunciada. Quando o relógio vira um carrasco, a contagem regressiva para o fim de Iris nas mãos de Savitar imprime um clima melancólico e sombrio, combatido apenas pela esperança despertada pela união do grupo. E isso pode ser visto nos episódios The Once and Future Flash, I Know Who You Are, Cause and Effect, Infantino Street e Finish Line – os cinco últimos, que valem por uma temporada inteira.
Apontando que a vida é feita de vitórias e derrotas, a nova fase da atração não foi perfeita. Entre o deu certo nesta temporada estão o recrutamento de H. R. Wells (Tom Cavanagh, de Zé Colmeia: O Filme) – Harrison Wells da Terra 19 –, a parceria de Flash e Capitão Frio (Wentworth Miller, de Prison Break) no assalto à A.R.G.U.S. e o crossover musical com Supergirl (“Duet”). Já a dupla personalidade de Caitlin/Nevasca (“Killer Frost”) e os capítulos 13 e 14, com Gorilla Grodd, foram maçantes e desinteressantes.
Como não poderia faltar, as influências da cultura pop e nerd foram registradas nas referências a Star Wars: O Império Contra-Ataca, Star Trek, Indiana Jones, Toy Story, Exterminador do Futuro, Planeta dos Macacos e, claro, a Harry Potter. Afinal, você achou que as presenças de Tom Felton – eterno Draco Malfoy – e a Pedra Filosofal foram uma coincidência?