Em 26 de abril, foi comemorado o Alien Day. A data não se refere ao dia exato no qual o primeiro filme da franquia chegou aos cinemas norte-americanos, mas, em inglês 04/26, faz alusão a um número que todo fã da saga conhece bem. O planeta LV – 426 é o lugar no qual a nave Nostromo encontra diversos ovos e acaba levando a bordo, sem saber, seu oitavo passageiro.
Para manter viva memória da criatura que foi fonte de pesadelos de uma geração de espectadores, a Fox aproveitou o aniversário de 40 anos da franquia para lançar uma série de curta-metragens, produzidos em parceria com a Tongal e o portal IGN. São seis histórias de terror e suspense, sem ligação entre si, a não ser pela presença do Xenomorfo.
Outra tradição mantida nos vídeos é o protagonismo feminino. Nos curtas, há apenas uma mulher em cena ou são elas que tomam as decisões mais importantes. Mas é em “Ore” que realmente vemos aquele espírito de luta avassalador dos longas da saga, com Lorraine Hawkes (Mikela Jay, de Falando com os Mortos), uma mulher prestes a ser avó liderando os mineiros de uma colônia para impedir que um Alien traga o terror aos moradores da superfície.
Pessimismo futurista
Os curtas ainda trazem mais um elemento bastante característico da série Alien: o pessimismo em relação ao futuro da humanidade. Embora estejamos falando de histórias que se passam daqui a mais de cem anos, a impressão é de que a tecnologia parece velha. Esqueça os painéis touch screen de Prometheus (2012) e Alien Covenant (2017). Aqui, naves com botões sujos de óleo, elevadores hidráulicos e canos de calefação mostram que, por mais que a humanidade tenha chegado às estrelas, ela o fez de maneira precária, numa busca desesperada por minérios e outros recursos.
Além de contribuir para o clima de suspense claustrofóbico, o visual interno das naves aumenta o realismo e também nos entrega uma visão nada animadora sobre o futuro. Mesmo no espaço, ainda temos pessoas trabalhando turnos extenuantes em tarefas insalubres para uma única companhia, que ainda se vê no direito de usá-los como cobaias em suas tentativas – sempre infrutíferas – de controlar uma criatura alienígena que é puro instinto de sobrevivência.
Em Alien, o mal humano sempre aparece como algo mais deformado que a própria criatura de sangue ácido. E, se depender dos seis curtas lançados nas últimas semanas, a Disney, que concluiu recentemente o processo de compra da Fox, tem material de primeira para manter o monstro no lugar que ele pertence: o imaginário sombrio da cultura pop. Assista a todos (de luz acesa) nesta matéria e fique ligado aqui no Boletim Nerd, pois ainda vamos falar mais sobre as diversas facetas da criatura em outras mídias nesse Especial Alien 40 Anos.